quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Escândalo europeu da carne de cavalo chega à Alemanha

O escândalo europeu da carne de cavalo utilizada no lugar de carne bovina na produção de pratos congelados se estendeu à Alemanha, com um primeiro caso confirmado em lasanhas congeladas, e ganhou uma dimensão sanitária. Três carcaças de cavalo de matadouros britânicos contendo traços de fenilbutazona, um anti-inflamatório potencialmente prejudicial à saúde humana, foram enviados à França, informou nesta quinta-feira (14) o ministro da Agricultura, David Heath. Segundo o ministro, os vestígios desta substância foram detectados em oito carcaças testadas no Reino Unido, três das quais podem ter entrado na cadeia alimentar na França. A Agência de Segurança Alimentar (FSA) "trabalha com as autoridades francesas para tentar retirar a carne da cadeia alimentar", acrescentou. A rede de supermercados Real, que possui 316 lojas na Alemanha, havia reconhecido que testes realizados com lotes de lasanha congelada de sua marca "Tip" revelaram a presença de carne de cavalo, mais barata que a bovina, não indicada no rótulo. Os produtos foram retirados dos supermercados na última sexta-feira, após informações dadas pelo fornecedor, explicou o grupo em um comunicado em seu site. Esta medida foi tomada "apenas como precaução, pois nenhum riscos para a saúde dos consumidores foi detectado", insistiu grupo. Denunciando "um negócio sujo", "um claro caso de enganação dos consumidores", a ministra alemã dos Assuntos do Consumidor, Ilse Aigner, ressaltou na manhã desta quinta-feira a ação rápida de muitos grupos de distribuição que "já retiraram do mercado produtos suspeitos". A rede de supermercados Edeka, maior distribuidora da Alemanha de produtos alimentícios, também iniciou uma série de testes em seus produtos, bem como a vendedora de congelados em domicílio Eismann e a rede de lojas Kaiser's-Tengelmann. A União Europeia anunciou na quarta-feira uma campanha de testes de DNA em todos os Estados-membros e a coordenação das investigações pela Europol, depois de uma reunião de emergência em Bruxelas. Além dos 2.500 testes de DNA em toda a Europa em produtos a base de carne bovina, a UE pediu aos Estados a realização de cerca de 4.000 inspeções para detectar a possível presença de fenilbutazona, um anti-inflamatório para cavalos, o que tornaria a carne imprópria para consumo. O Serviço Europeu de Polícia, Europol, coordenará, por sua vez, as investigações judiciais em vários países da UE para determinar como a carne de cavalo pôde ser usada em vez da carne bovina. O caso, inicialmente restrito à Grã-Bretanha e à Irlanda do Norte, tomou uma dimensão europeia na semana passada, com a descoberta de lasanhas da marca francesa Findus contendo carne de cavalo ao invés de bovina. Elas foram fabricadas por uma empresa subcontratada francesa, a Comigel. Além do Reino Unido, França e Alemanha, traços de carne de cavalo também foram encontrados na Noruega e na Suíça. As revelações sobre o caso, que podem incluir práticas criminosas a nível europeu, continuam. Na França, a companhia Spanghero, fornecedora da Findus, foi acusada pelo jornal Le Parisien de comprar 42 toneladas de carne de cavalo em janeiro, apesar de sempre alegar não 'trabalhar com produtos de origem equina'. O jornal publicou um fac-símile de uma fatura de 4 de janeiro em nome da companhia cipriota Draap Trading dirigida ao "Spanghero Viandes Elabore" em Castelnaudary (Aude), mas um representante da empresa francesa assegurou à AFP "nunca ter recebido" esta fatura e "não ter nenhuma explicação sobre isso". Fonte: g1.com.br

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