terça-feira, 10 de julho de 2018

A “Ozonioterapia” e o uso de ozônio na indústria de alimentos

Depois da polemica sobre o uso do ozônio com fins medicinais, fica a dúvida: será que sua utilização na indústria de alimentos é possível e segura? Pois bem, estamos acostumados a usar sanitizantes químicos na indústria de alimentos. Ainda pouco utilizado em higienização de superfícies em indústrias de alimentos, vem ganhando espaço entre os agentes sanificantes. O ozônio (um gás) embora pouco conhecido, já é utilizado como agente para tratamento de água (na França já utilizado para tratamento de água pública desde 1906). O ozônio é um forte agente desinfetante com ação sobre uma grande variedade de organismos patogênicos, incluindo bactérias, vírus e protozoários, apresentado uma eficiência germicida que excede ao cloro. O uso do ozônio tornou-se notório nas últimas décadas em função da implementação de padrões cada vez mais restritos em relação aos subprodutos da cloração. Ao contrário do cloro, o ozônio não forma subprodutos halogenados com a matéria orgânica, mas pode induzir a formação de outros subprodutos orgânicos e inorgânicos. Na indústria de alimentos, o ozônio pode ser utilizado em processos de sanitização de superfícies e equipamentos, bem como no uso direto sobre as matérias-primas com o objetivo de inativar microrganismos e aumentar a vida-de-prateleira dos produtos alimentícios.
Ele apresenta vantagens interessantes: é uma tecnologia “limpa” e que não deixa resíduos no meio ambiente. Geometria de equipamentos e instalações não são nenhum desafio: sua penetração é muito mais alta que a de qualquer solução aquosa. É muito simples de se utilizar e minimiza a utilização de mão de obra: liga-se o sistema movido a energia elétrica e depois de 4-5 horas entre 10-20 ppm, o ambiente estará livre de células viáveis com mais eficácia que o cloro, sem necessidade de enxágue. Como qualquer desinfetante, é imprescindível que a superfície esteja isenta de sujidades antes da aplicação para atingir a redução microbiana adequada. Dentre as desvantagens que ele apresenta podemos citar o fato de que não é possível aplicar o gás num ambiente onde estejam alimentos (os gordurosos se oxidam fortemente) e nem pessoas. O limite ocupacional para o ozônio é de 0,1 ppm e à 50 ppm é instantaneamente letal. Assim, não seria viável para empresas que operam 24/dias ou em ambientes que existam alimentos armazenados, havendo também um risco ocupacional a ser gerenciado. Sua utilização como agente sanificante em indústrias de alimentos já é uma realidade com diversos trabalhos científicos sobre o tema e sua utilização em hortifrútis e especiarias não é uma grande novidade.